Tratamento
A maioria tem função de promover a vasodilatação ou diminuição do volume sanguíneo e
com isso a diminuição da pressão arterial, este efeito será conseguido através
de diversos mecanismos diferentes. A escolha do médico e permanência do
medicamento será pela resposta de cada organismo. Pode ser feita várias
associações de até 5 fármacos para casos mais graves de hipertensão. O objetivo
é manter os níveis de pressão dentro da normalidade.
Lembre-se: toda vez que sua pressão está
aumentada, seus vasos e vários órgãos estão em “sofrimento” e isso um dia terá
retorno através de doenças muito graves e até do óbito.
VOCÊ é o maior responsável pelo sucesso
do seu tratamento. Não tenha vergonha de tirar dúvidas, sobre medicamentos,
horários, reações, etc. É aí que o FARMACÊUTICO vai ser fundamental, ele mais
do que ninguém entenderá como cada fármaco vai atuar, qual a melhor forma de
tomada e se pode ocorrer alguma interação com outro medicamento que o paciente
já esteja tomando.
Na parte 2 vamos aprofundar um pouco
sobre os medicamentos mais indicados, e os efeitos colaterais que pode ser encontrado.
Os efeitos colaterais que mais ocorrem é a hipotensão, que é o contrário da
hipertensão, ou seja, a baixa pressão arterial. Outro problema que pode ocorrer
é a impotência sexual, mas esse acomete mais idosos.
Em geral todas as drogas para essa
doença tem tradição por estar há muitos anos no mercado. E como já dito em
outra postagem é possível ter todo o tratamento de forma gratuita ou a preço de
baixo custo (Leia mais: http://www.biotecnofarma.blogspot.com.br/2015/07/blog-post_5.html).
O importante no tratamento independente
da droga de escolha é o sucesso em diminuir a pressão arterial e o bem estar do
paciente. Se essas duas vertentes forem alcançadas fique tranquilo que você
está no caminho certo.
A primeira Linha de tratamento possui 3
classes de fármacos: os inibidores de cálcio, diuréticos e os inibidores da
enzima angiotensina (IECA). Apresentam boa resposta e poucos efeitos adversos. Entretanto existem vários outros, vamos abordar a importância e exemplos de cada tipo.
Inibidor do canal de cálcio
Esse grupo de medicamentos normalmente é
utilizado em associação com outros grupos de medicamentos como os diuréticos,
ou isolados para casos mais leves. São indicados principalmente no tratamento
de idosos e negros. Existem vários fármacos que ainda se dividem em
dihidropiridinas e não-dihidropiridinas. O principal efeito colateral é o
inchaço nas pernas em pacientes com varizes ou problemas de circulação. Este problema
melhora com a associação com IECA ou diminuição do sal. Todavia, esse edema não
causa maiores problemas. Pode ocorrer também problemas com hipotensão que
melhoram com ajuste da dose. E eventualmente pode ocorrer a impotência sexual
(principalmente em idosos), dor de cabeça, constipação e tontura.
Os inibidores dos canais de cálcio
dihidropiridinas são os mais indicados por serem mais efetivos.
Algumas drogas deste grupo: Anlodipina,
nifedipina, felodipina, nitrendipina.
Os inibidores dos canais de cálcio não-dihidropiridinas
são menos efetivos, porém também atuar reduzindo frequência e contração cardíaca.
São indicados para pacientes com arritmias ou isquemias. Mas devem ser evitados
por pacientes com insuficiência cardíaca grave ou baixa frequência cardíaca.
Algumas drogas deste grupo: Verapamil e
diltiazem.
Diuréticos
Os diuréticos são considerados os de
maior tradição, podem ser utilizados isolados ou em associação. Geralmente é
indicado na primeira ou no máximo na segunda opção como tratamento, na maioria
dos esquemas está nas associações. Se você toma mais de 3 anti hipertensivos e
dentro desse esquema não está um diurético é sinal de alerta e de reavaliação.
Existe 3 grupos de antidiuréticos: tiazídicos, de alça e poupadores de
potássio.
Tiazídicos
Mais comuns, baratos e de bons
resultados principalmente para negros, idosos e diabéticos. Alguns dos efeitos
adversos que podem ocorrer é a baixa do potássio e sódio sanguíneo e elevação
do ácido úrico.
Exemplo: hidroclorotiazida,
clortalidona, metolazona.
Diuréticos de alça
Medicamentos mais potentes mais com
duração mais curta. Não são primeira opção, exceto quando o paciente tem
insuficiência renal ou cardíaca. Sintomas colaterais semelhantes aos tiazídicos.
Exemplo: furosemida
Diuréticos poupadores de potássio
Esse último grupo são os menos
indicados. Utilizados normalmente como droga complementar. Como efeito
colateral pode causar excesso de potássio no sangue que é grave.
Exemplo: espironolactona
Inibidores da enzima conversora da
angiotensina (IECA)
Drogas que são utilizadas há mais de 30
anos com sucesso. Usadas tanto isoladas como em associação. É o tratamento
preferencial em pacientes: diabéticos, insuficiência cardíaca, que já tiveram
infarto ou tem hipertrofia do ventrículo esquerdo, com insuficiência renal. O efeito
colateral mais visto é a presença de tosse.
Exemplo: captopril, enalapril, ramipril,
etc.
Antagonistas do receptor da angiotensina
II (ARA)
De mecanismos semelhantes as IECAs. A escolha
entre um e outro depende da preferência do médico e do paciente. A maior
diferença é que nessas drogas ocorre menos tosse.
Exemplo: losartana, telmisartana,
valsartana, etc.
Betabloqueadores
Antigamente
eram as drogas de primeira escolha, porém com estudos desenvolvidos, tem
perdido campo para outros tipos. É utilizada em alguns casos específicos como:
história de infarto do miocárdio, fibrilação atrial, angina de peito, hipertireoidismo,
enxaqueca, hiperidrose, pacientes ansiosos, paciente com tremor essencial. Em outras
ocasiões só é indicado se tratamento com outras classes não tiver sucesso. Não deve
ser usados em pacientes com baixa frequência cardíaca ou asmáticos.
Exemplo: propranolol,
carvedilol, atenol, etc.
Vasodilatadores
diretos
Drogas utilizadas
no tratamento de hipertensão de difícil remissão. Podem causar retenção de
líquidos, taquicardia e dor de cabeça. O uso com diurético e betabloqueador
pode amenizar esses efeitos. A hidralazina pode ser utilizada em grávidas, e
por isso é primeira opção nesses casos. O minoxidil tem ação potente e causa
crescimento de pelos no corpo.
Exemplo:
hidralazina, minoxidil, etc.
Bloqueadores α-1
As drogas
bloqueadoras alfa-1 são menos efetivos que as drogas de primeira escolha.
Utilizado principalmente em idosos com hipertrofia benigna da próstata pois
auxiliam na redução.
Exemplo:
doxazosina, prazosina, etc.
Agonistas α-2
adrenérgicos
Drogas
escolhidas em caso de hipertensão de difícil controle, tem efeito potente. Com efeitos
adversos como boca seca, sono, dor de cabeça e tonturas. Pode haver uma
elevação súbita na pressão arterial com a parada do medicamento, isso é chamado
efeito rebote e pode ser perigoso.
Exemplo:
clonidina, metildopa, etc.
Independente
da droga de escolha é importante seguir as orientações do seu médico e farmacêutico.
E guardar os medicamentos de forma adequada (Leia mais: http://biotecnofarma.blogspot.com.br/2015/07/como-armazenar-os-medicamentos.html).
Marcela Lira Correia é Mestre em
biotecnologia, bióloga, estudante de farmácia e mãe.
Referências: