quarta-feira, 8 de julho de 2015

HIPERTENSÃO - TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER, MAS NÃO TINHA PARA QUEM PERGUNTAR.... (Parte 2)


 Tratamento


A maioria tem função de promover a vasodilatação ou diminuição do volume sanguíneo  e com isso a diminuição da pressão arterial, este efeito será conseguido através de diversos mecanismos diferentes. A escolha do médico e permanência do medicamento será pela resposta de cada organismo. Pode ser feita várias associações de até 5 fármacos para casos mais graves de hipertensão. O objetivo é manter os níveis de pressão dentro da normalidade.
Lembre-se: toda vez que sua pressão está aumentada, seus vasos e vários órgãos estão em “sofrimento” e isso um dia terá retorno através de doenças muito graves e até do óbito.
VOCÊ é o maior responsável pelo sucesso do seu tratamento. Não tenha vergonha de tirar dúvidas, sobre medicamentos, horários, reações, etc. É aí que o FARMACÊUTICO vai ser fundamental, ele mais do que ninguém entenderá como cada fármaco vai atuar, qual a melhor forma de tomada e se pode ocorrer alguma interação com outro medicamento que o paciente já esteja tomando.
Na parte 1 você já entendeu um pouco da doença, como acontece, quem acomete e o tratamento não medicamentoso (Leia mais: http://www.biotecnofarma.blogspot.com.br/2015/07/hipertensao-tudo-o-que-voce-queria.html).
Na parte 2 vamos aprofundar um pouco sobre os medicamentos mais indicados, e os efeitos colaterais que pode ser encontrado. Os efeitos colaterais que mais ocorrem é a hipotensão, que é o contrário da hipertensão, ou seja, a baixa pressão arterial. Outro problema que pode ocorrer é a impotência sexual, mas esse acomete mais idosos.
Em geral todas as drogas para essa doença tem tradição por estar há muitos anos no mercado. E como já dito em outra postagem é possível ter todo o tratamento de forma gratuita ou a preço de baixo custo (Leia mais: http://www.biotecnofarma.blogspot.com.br/2015/07/blog-post_5.html).
O importante no tratamento independente da droga de escolha é o sucesso em diminuir a pressão arterial e o bem estar do paciente. Se essas duas vertentes forem alcançadas fique tranquilo que você está no caminho certo.
A primeira Linha de tratamento possui 3 classes de fármacos: os inibidores de cálcio, diuréticos e os inibidores da enzima angiotensina (IECA). Apresentam boa resposta e poucos efeitos adversos. Entretanto existem vários outros, vamos abordar a importância e exemplos de cada tipo.
Inibidor do canal de cálcio
Esse grupo de medicamentos normalmente é utilizado em associação com outros grupos de medicamentos como os diuréticos, ou isolados para casos mais leves. São indicados principalmente no tratamento de idosos e negros. Existem vários fármacos que ainda se dividem em dihidropiridinas e não-dihidropiridinas. O principal efeito colateral é o inchaço nas pernas em pacientes com varizes ou problemas de circulação. Este problema melhora com a associação com IECA ou diminuição do sal. Todavia, esse edema não causa maiores problemas. Pode ocorrer também problemas com hipotensão que melhoram com ajuste da dose. E eventualmente pode ocorrer a impotência sexual (principalmente em idosos), dor de cabeça, constipação e tontura.
Os inibidores dos canais de cálcio dihidropiridinas são os mais indicados por serem mais efetivos.
Algumas drogas deste grupo: Anlodipina, nifedipina, felodipina, nitrendipina.
Os inibidores dos canais de cálcio não-dihidropiridinas são menos efetivos, porém também atuar reduzindo frequência e contração cardíaca. São indicados para pacientes com arritmias ou isquemias. Mas devem ser evitados por pacientes com insuficiência cardíaca grave ou baixa frequência cardíaca.
Algumas drogas deste grupo: Verapamil e diltiazem.
Diuréticos




Os diuréticos são considerados os de maior tradição, podem ser utilizados isolados ou em associação. Geralmente é indicado na primeira ou no máximo na segunda opção como tratamento, na maioria dos esquemas está nas associações. Se você toma mais de 3 anti hipertensivos e dentro desse esquema não está um diurético é sinal de alerta e de reavaliação. Existe 3 grupos de antidiuréticos: tiazídicos, de alça e poupadores de potássio.
 Tiazídicos
Mais comuns, baratos e de bons resultados principalmente para negros, idosos e diabéticos. Alguns dos efeitos adversos que podem ocorrer é a baixa do potássio e sódio sanguíneo e elevação do ácido úrico.
Exemplo: hidroclorotiazida, clortalidona, metolazona.
 Diuréticos de alça
Medicamentos mais potentes mais com duração mais curta. Não são primeira opção, exceto quando o paciente tem insuficiência renal ou cardíaca. Sintomas colaterais semelhantes aos tiazídicos.
Exemplo: furosemida
Diuréticos poupadores de potássio
Esse último grupo são os menos indicados. Utilizados normalmente como droga complementar. Como efeito colateral pode causar excesso de potássio no sangue que é grave.
Exemplo: espironolactona
Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA)
Drogas que são utilizadas há mais de 30 anos com sucesso. Usadas tanto isoladas como em associação. É o tratamento preferencial em pacientes: diabéticos, insuficiência cardíaca, que já tiveram infarto ou tem hipertrofia do ventrículo esquerdo, com insuficiência renal. O efeito colateral mais visto é a presença de tosse.

Exemplo: captopril, enalapril, ramipril, etc.
Antagonistas do receptor da angiotensina II (ARA)
De mecanismos semelhantes as IECAs. A escolha entre um e outro depende da preferência do médico e do paciente. A maior diferença é que nessas drogas ocorre menos tosse.
Exemplo: losartana, telmisartana, valsartana, etc.
Betabloqueadores
Antigamente eram as drogas de primeira escolha, porém com estudos desenvolvidos, tem perdido campo para outros tipos. É utilizada em alguns casos específicos como: história de infarto do miocárdio, fibrilação atrial, angina de peito, hipertireoidismo, enxaqueca, hiperidrose, pacientes ansiosos, paciente com tremor essencial. Em outras ocasiões só é indicado se tratamento com outras classes não tiver sucesso. Não deve ser usados em pacientes com baixa frequência cardíaca ou asmáticos.
Exemplo: propranolol, carvedilol, atenol, etc.
Vasodilatadores diretos
Drogas utilizadas no tratamento de hipertensão de difícil remissão. Podem causar retenção de líquidos, taquicardia e dor de cabeça. O uso com diurético e betabloqueador pode amenizar esses efeitos. A hidralazina pode ser utilizada em grávidas, e por isso é primeira opção nesses casos. O minoxidil tem ação potente e causa crescimento de pelos no corpo.
Exemplo: hidralazina, minoxidil, etc.
Bloqueadores α-1
As drogas bloqueadoras alfa-1 são menos efetivos que as drogas de primeira escolha. Utilizado principalmente em idosos com hipertrofia benigna da próstata pois auxiliam na redução.
Exemplo: doxazosina, prazosina, etc.
Agonistas α-2 adrenérgicos
Drogas escolhidas em caso de hipertensão de difícil controle, tem efeito potente. Com efeitos adversos como boca seca, sono, dor de cabeça e tonturas. Pode haver uma elevação súbita na pressão arterial com a parada do medicamento, isso é chamado efeito rebote e pode ser perigoso.
Exemplo: clonidina, metildopa, etc.
Independente da droga de escolha é importante seguir as orientações do seu médico e farmacêutico. E guardar os medicamentos de forma adequada (Leia mais: http://biotecnofarma.blogspot.com.br/2015/07/como-armazenar-os-medicamentos.html).

Marcela Lira Correia é Mestre em biotecnologia, bióloga, estudante de farmácia e mãe.

Referências:


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